Manuela Melo
"Estreia de smoking não é
a minha ideia de Teatro Municipal"
Último plenário antes da ‘silly season’. É com a discussão, ao fundo, na Assembleia da República, que Manuela Melo, 60 anos, talvez a mais solícita das deputadas socialistas, atende o telefone. Diz que sim, que, em princípio, responderá à entrevista, “mas só depois de ler as perguntas”. Infoexcluída assumida, respondeu, por mail, três dias depois de as ler.
[Entrevista de Helena Teixeira da Silva publicada a 27 de Julho na série Farpas do Jornal de Notícias]
Alguma vez tropeçou em si na RTP Memória?
Já. É óptimo rever pedaços da vida passada.
Alguma vez tropeçou em si na RTP Memória?
Já. É óptimo rever pedaços da vida passada.
O que lhe diz sobre o tempo esse canal?
É como um puzzle: cada bocado conta para dar sentido ao todo.
Há alguém, na rua, que ainda a associe à pivot da estação pública?
Há. Parece que depois não fiz mais nada!
Compreende o esvaziamento da RTP Porto?
Não. A RTP Porto é importante para a RTP e vital para a região.
Rendeu-se, definitivamente, a Lisboa ou tem vontade de voltar ao Porto?
Gosto de Lisboa, também porque sei que posso sempre voltar ao Porto.
Aceitaria ser ministra da Cultura? Alguma vez foi assediada nesse sentido?
Nunca fui por quem manda, mas também já esgotei a minha disponibilidade para cargos políticos executivos.
Se a política é a sua última paragem, que outras metas tem?
Tenho outras. O tempo o dirá.
Tem em comum com Isabel Pires de Lima a cidade-natal e a migração. Encontram-se em Lisboa para, por exemplo, tomar café? Falam sobre cultura?
Todas as vezes que tomamos café foi para falar disso…
Entende as críticas que lhe fazem (a Pires de Lima)?
Nem sempre.
Sente que, faça o que fizer, no Porto será sempre a ex-vereadora da Cultura?
Gostava que fosse. Foi um tempo fascinante.
Seria a vereadora que foi com o orçamento que existe hoje?
Nos princípios e objectivos, seguramente. E há mais verbas além do Orçamento.
Já foi ver o "Jesus Cristo Superstar"?
Ainda não fui. Estreia de smoking não é a minha ideia de Teatro Municipal…
E a colecção Berardo, já visitou?
Já. Em Sintra, em Serralves, no CCB e na Assembleia da República.
Há alguma diferença entre a concessão do CCB a Joe Berardo e a concessão do Teatro Rivoli a Filipe La Féria?
A mesma diferença que existe entre a criação/risco e a recriação/jogar pelo seguro. É na primeira que o Estado deve investir.
E entre a concessão do Teatro Campo Alegre à Seiva Trupe e a situação do Rivoli?
Nada a ver. O TCA substituiu a sala da Seiva Trupe demolida para construção de instalações da Universidade.
Gostaria de ver a equipa do Porto 2001 (ou parte dela) em Guimarães 2012 ou defende a importância de haver outros protagonistas?
Cada CEC [Capital Europeia da Cultura] é um projecto diferente. Claro que pode haver elementos da Porto 2001. Foi para isso que fizemos tanto curso de formação.
A política imiscui-se excessivamente na cultura ou, pelo contrário, subestima-a?
Tal como o azeite e a água, não se misturam. Mas muitas vezes partilham o mesmo recipiente…
Está satisfeita com a oposição socialista no Porto?
É difícil fazer oposição quando o poder recorre sem pejo à distorção sistemática e populista dos factos.
Viu o "Prós e Contras" sobre o Porto? O que achou?
Não vi.
Teria sido bom ou mau para a cidade que Rui Rio tivesse aceite o desafio de se candidatar à liderança do PSD?
Os mandatos são para cumprir.
É apologista da máxima que diz que não devemos voltar ao local onde fomos felizes?
Completamente. Há imensos lugares onde procurar nova felicidade!
Marcadores: Farpas, Manuela Melo, PS
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